O Intruso, capítulo 4: O Golpe Final

O intruso surpreende Joana em um momento de calma, mostrando que ele não segue os padrões que ela acreditava. Ele a ataca com visões de memórias dolorosas e sentimentos de incapacidade, quase destruindo sua determinação. Joana cai em um vazio emocional, acreditando que tudo está perdido.

Joana estava confiante. Após semanas de progresso, ela acreditava que o intruso estava enfraquecido. Cada padrão que havia identificado era uma peça de um quebra-cabeça que a levava mais perto da vitória. Mas como um jogador que conhece o adversário melhor do que ele conhece a si mesmo, o intruso aguardava.

Foi numa tarde ensolarada, completamente fora dos padrões anotados por Joana, que ele atacou. Ela estava sentada na biblioteca, revisando suas anotações, com uma sensação incomum de tranquilidade. Por um instante, tudo pareceu suspenso, como se o ar ao seu redor tivesse congelado.

“Você realmente achou que tinha vencido?” A voz do intruso ecoou dentro de sua mente, mas também no ambiente ao redor, multiplicando-se em ecos confusos. Joana congelou, incapaz de reagir.

De repente, ele estava ali, no reflexo do vidro da janela à sua frente. Não mais uma sombra nebulosa, mas algo mais sólido, mais real. Seus olhos negros brilhavam com um poder que ela nunca tinha visto antes.

“Eu aprendi com você, Joana,” ele disse, aproximando-se enquanto o ambiente ao redor parecia murchar. “E agora, você verá que não existe padrão, não existe método que me contenha.”

Joana tentou recuar, mas sentiu-se presa, como se suas pernas estivessem enraizadas ao chão. “Isso não faz sentido,” ela murmurou. “Você só se fortalece quando eu hesito, quando sinto raiva, tristeza… quando não entendo de onde vêm esses sentimentos. Eu… eu não estou hesitando agora.”

Ele riu, uma risada fria e ressonante. “Você acredita que entende como eu funciono, mas esqueceu algo crucial: eu também sou parte de sua força. Quando você avança, eu avanço junto. Quando você se ergue, eu me torno mais poderoso. Não sou apenas fraqueza, Joana. Eu sou o equilíbrio que você nunca alcançará.”

O chão pareceu se abrir sob seus pés, e ela foi tomada por uma queda vertiginosa. Joana se viu em um espaço escuro e infinito, cercada por versões de si mesma: chorando, gritando, suplicando. O intruso estava em cada uma dessas figuras, suas vozes se fundindo em uma cacofonia insuportável.

“Tudo pelo que você lutou foi uma mentira,” ele sussurrou, agora ao seu lado. “Eu sou invencível porque sou você.”

Joana tentou lutar contra as visões, contra as palavras, mas cada esforço parecia sugar mais de sua energia. Ela sentiu suas forças diminuírem, sua determinação desmoronar. As memórias que antes aceitava agora pareciam se multiplicar, esmagando-a com sua intensidade.

“Você nunca poderá me destruir,” o intruso disse, sua forma crescendo até que ele parecesse ocupar todo o espaço ao redor. “Você é minha. Para sempre.”

Pela primeira vez em semanas, Joana sentiu que não havia saída. Tudo o que ela havia conquistado, cada vitória, parecia insignificante diante da força imensa do intruso. Ela fechou os olhos, tentando se agarrar a qualquer vestígio de esperança, mas a escuridão a envolvia completamente. E então, ela caiu no vazio, sem saber se poderia se levantar novamente.