O Preço da Eternidade, Capítulo 13: A caçada ao grupo

Com a caçada ao grupo intensificada, Victor força sua equipe ao limite. Rômulo, o coordenador de segurança, tenta manter o equilíbrio enquanto lida com a pressão e dúvidas sobre a missão. A tensão dentro da Lancellotti Futures atinge um ponto crítico.

I – As Primeiras Pistas

Victor Lancellotti não era um homem que aceitava desafios sem resposta. Quando ficou claro que as sabotagens eram obra de um grupo organizado, ele mobilizou imediatamente sua equipe de inteligência interna. As operações foram codinomeadas “Caça à Hidra” — uma metáfora apropriada para a luta contra um inimigo cujas cabeças pareciam se multiplicar a cada golpe.

Mas Victor sabia que seus esforços precisavam ir além dos limites de sua empresa. Usando sua vasta influência, ele começou a manipular redes de telecomunicações locais, garantindo acesso privilegiado a registros de chamadas, mensagens e até mesmo câmeras de trânsito espalhadas pela cidade. Empresas de tecnologia foram pressionadas através de contratos lucrativos e ameaças veladas, enquanto provedores de internet cederam dados em troca de promessas de proteção financeira contra concorrentes.

Victor também convocou reuniões discretas com líderes políticos e chefes de estado locais, usando sua retórica impecável e promessas de investimentos massivos na infraestrutura da cidade. Esses encontros, realizados em hotéis de luxo e casas de campo isoladas, terminavam sempre com um aperto de mão simbólico e uma nova porta aberta para sua vigilância. Ele sabia manipular com maestria, oferecendo acordos que deixavam os líderes em uma posição onde recusar parecia impossível.

Ele manipulou a mídia local, comprando canais de notícias e jornalistas para disseminar narrativas que demonizavam movimentos rebeldes como terroristas e ameaças à ordem pública. Artigos e reportagens cuidadosamente fabricados moldaram a percepção pública, fazendo do grupo opositor uma entidade invisível, mas temida.

Trecho do diário de Victor: “O medo é a arma mais poderosa. Não preciso pegá-los diretamente; preciso apenas convencê-los de que não têm saída. O terror será o que os destruirá.”

Empresários influentes também foram alvos. Reuniões nos andares mais altos de arranha-céus brilhantes garantiram que redes privadas de câmeras e servidores fossem compartilhadas. Victor jogava com as ambições e inseguranças dessas pessoas, oferecendo alianças que, na prática, tornavam todos seus cúmplices.

A cidade tornou-se um tabuleiro, e ele posicionou suas peças com maestria, assegurando que ninguém pudesse se mover sem ser observado. Para Victor, cada movimento de sua rede era como apertar as cordas de uma teia que, eventualmente, estrangularia os sabotadores. “Ninguém está acima da minha visão,” ele murmurava para si mesmo, enquanto analisava relatórios incessantemente.

A análise inicial ainda revelou pouco. Os sabotadores eram meticulosos: deixavam poucos rastros e se moviam com uma precisão que irritava Victor. Ele sabia que, apesar de todos os seus recursos, a perfeição era impossível — alguém, em algum lugar, havia cometido um erro, e ele encontraria esse erro.

Trecho do diário de Victor: “O mundo é vasto, mas meu alcance é maior. Cada sombra, cada movimento; nada escapa ao olhar daquele que domina o tempo e a eternidade.”

II – Reforçando a Rede de Vigilância

Dentro da sua própria empresa, Victor também agiu. Aumentou a vigilância em todos os níveis. Novas câmeras de alta resolução foram instaladas em cada canto da Lancellotti Futures, e microfones ultrassensíveis foram implementados para captar conversas privadas.

Rômulo Salgado, o coordenador de segurança, foi encarregado de supervisionar as operações. Ele sabia que o menor deslize seria inaceitável, e a pressão para entregar resultados crescia diariamente. Apesar da confiança que demonstrava na frente de Victor, dentro de si, Rômulo sentia o peso esmagador de um sistema que ele acreditava estar em colapso. Ele ainda confiava na missão da Lancellotti Futures, mas, a cada nova sabotagem, a linha entre lealdade e esgotamento emocional se tornava mais tênue.

Rômulo passava noites em claro revisando os relatórios de segurança, cruzando dados e verificando os pontos cegos da rede de vigilância. Sabia que Victor exigia nada menos que a perfeição e que qualquer erro seria tratado com desdém e consequências. Mesmo assim, ele tentava manter a equipe coesa, frequentemente intercedendo por seus subordinados para evitar o pior das reprimendas de Victor.

Trecho do diário de Rômulo: “Cada passo que damos é monitorado, cada erro amplificado. Trabalhar sob o olhar de Victor é como caminhar sobre cacos de vidro — você sangra, mas continua andando. Eu acredito no que fazemos aqui, mas será que há um limite para o quanto podemos suportar antes de tudo ruir?”

III – O Primeiro Alvo

Finalmente, uma pista surgiu. Um dos informantes contratados relatou movimentos suspeitos em uma casa abandonada nos arredores da cidade, um local que coincidia com a última localização identificada de um dos sabotadores. Victor não perdeu tempo. Ele reuniu uma pequena equipe de elite para investigar o local, comandada diretamente por Rômulo.

Ao chegar à casa, a equipe encontrou sinais de que o local havia sido usado recentemente: móveis antigos deslocados, papéis espalhados com anotações e rastros de presença humana ainda frescos. No entanto, o grupo já havia partido, deixando para trás uma sensação desconcertante de que estavam sempre um passo à frente. A descoberta apenas alimentou a paranoia de Victor e sua determinação de apertar o cerco.

Trecho do diário de Victor: “Eles são meticulosos, mas não perfeitos. Este jogo está apenas começando. Cada pista me aproxima do xeque-mate.”

IV – A Pressão Crescente

Enquanto as buscas continuavam, Victor começou a perceber os custos crescentes da caçada. Sua própria saúde continuava a deteriorar-se, e os investidores da Lancellotti Futures começaram a exigir explicações para os atrasos e perdas. Ainda assim, ele se recusava a recuar.

Victor via a caçada como algo pessoal, uma questão de poder e controle. Ele estava determinado a capturar aqueles que ousaram desafiá-lo e usá-los como exemplo para o mundo. Para ele, não era apenas uma questão de neutralizar a ameaça, mas de reafirmar sua supremacia.